A música cria corpo, alma, depois tudo é jogado na lama.quando chega no seu fim ela cumpriu o seu objetivo, ou não? tem tanta música, som e objetivo dentro de cada uma delas que se torna um tanto difícil dizer se ela foi mesmo "útil".Ela começa quando se cala, quando se passa do ritornelo e ali,exatamente naquele momento ela merece ser pensada,tratada com respeito,uma pausa como reverencia ao que acabou de ser executado,pensado por alguém para no seu fim comunicar o que grita na alma,calma não jogue na lama,sim, sinta vergonha por isso mas depois se desculpe.A música que alegra, que deixa triste, faz chorar,lembra do amigo, lembra do (des) amor, ela tem que fazer você sentir,ensimesmar suas emoções...
-Socorro eu não estou sentindo nada. Assim compôs Arnaldo Antunes, fazer nada sentir também é sentir e disso falar é ter como necessidade primordial de dizer a todos que esta atônito,você,dormente.Paixão é sentir a vibração da corda,o instrumento no corpo,no colo, no pescoço,envolvendo teus dedos,sincopando tua mente,tremendo no ouvido,entupindo as pregas vocais,a pulsação é teu coração,é a tua marcha do dia-a-dia, a tua sinfonia é o ronco do motor em Bm,é a buzina,o grito da moça ofegante que anda acelerada, é o ploc-ploc das suas sandalhas,a gargalhada, o DJ de ônibus, as moças que conversam na frente o barulho do pneu passando por sobre as pedras e lá está a sinfonia universal,todos fazem parte dessa orquestra,todos tem sua linha melódica,seu compasso, sua tonalidade,uma obra prima.
Quando se da conta você só é/está música, ela te toma por inteiro,
te laça,sim é uma armadilha,as vezes ingrata , mas quando dominada cria em nós um regozijo sem igual e pulsa,pulsa,pulsa...pulsa.
[Nisseli]
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